Resenha do livro educação para além do capital
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Esta obra de Mészáros (2005) é imprescindível para as pessoas que, inconformadas com os equívocos do capital, em decorrência da sua incorrigível lógica, lutam contra o seu domínio, tendo por referências educação e trabalho como categorias humanas de transformação social ampla rumo à emancipação da humanidade. O autor nasceu em Budapeste, Hungria, em 1930. Foi criado pela mãe, operária e, por necessidade, aos doze anos de idade, tornou-se trabalhador em uma fábrica de aviões de carga. É filósofo estudioso da obra de Karl Marx e conviveu na Universidade de Budapeste com um dos maiores marxistas, Georg Lukács, em quem se inspirou para fazer da reescrita de O Capital, o fio condutor do seu pensamento. Por isso, a sua leitura é indispensável para se entender o sistema de relações capital-trabalho, seus limites, seu movimento e seu horizonte de superação. Atualmente, é professor emérito da Universidade de Sussex, na Inglaterra. Mészáros (2005) realiza uma profunda e crítica reflexão a respeito da íntima ligação entre os processos educacionais e o sistema social de produção capitalista, ligação que, em si, é uma cumplicidade que mantêm o metabolismo universal e social do capital. Seria, pois, uma ingenuidade imaginar que é possível a promoção de reformas e, com maior razão, de mudanças no sistema educacional, tão em voga nos discursos do mundo oficial e nas políticas educacionais por ele idealizadas, sem que haja ruptura com as relações que estão sob a ordem reprodutivista do capital. Historicamente, as ações reformistas serviram para remediar os piores efeitos do sistema capitalista. A explicação dada é a de que o capital é irreformável porque pela sua própria natureza, como totalidade reguladora sistêmica, é perverso e incorrigível. Para Mészáros (2005, p. 27) “[...] limitar uma mudança educacional radical às margens corretivas interesseiras do capital significa abandonar de uma só vez, conscientemente ou não, o objetivo de uma transformação