Resenha Crítica sobre Análise do Discuso

FERREIRA, Maria Cristina Leandro. Linguagem, Ideologia e Psicanálise. Estudos de Língua(gem), Vitória da Conquista, v. 1, n. 1, p. 69-75, jun. 2005.

resenhado por: InsanoLetras1

O artigo de Maria Cristina Leandro Ferreira – doutora em Linguística na área de Análise do Discurso pela Unicamp e professora dos programas de Graduação e Pós-Graduação da UFRGS – procura discorrer de maneira rápida sobre as fundações histórico-epistemológicas que Michel Pêcheux usou para “fundar”2 a Análise do Discurso e sobre as leituras e releituras da figura/ideia de sujeito e da constituição do mesmo, abordando principalmente as contribuições da psicanálise. O trabalho faz uma fundamentação especialmente longa – talvez excessivamente longa – nos fatores históricos e nas linhas (conceitos) da psicanálise que se “entrelaçaram” para dar origem a Análise do Discurso (doravante AD), especialmente a Escola Francesa da AD. A autora utiliza uma metáfora para relacionar e apontar as convergências nas definições de Sujeito utilizadas pela Linguística e pela Psicanálise, apontando também que essas convergências acabam ao considerar-se o conceito de ideologia. Para tentar exemplificar a posição do sujeito na teoria do discurso, a autora escolhe uma figura topológica: o nó borromeano. Esta figura da psicanálise – introduzida por Lacan – consiste em três anéis entrelaçados que formam uma Tríplice Aliança, de onde, caso você retire um, os outros anéis deixam de ser um constructo. Segundo o texto, o sujeito estaria/seria o entremeio das noções linguagem – ideologia – psicanálise e dessa forma, o sujeito seria simultaneamente afetado por essas três ordens, deixando furos em cada uma delas (estando em acordo com a noção do ser-em-falta). Depois disso, o artigo discute as noções da psicanálise para sujeito e as contribuições de Freud e Lacan, e de como Pêcheux, insatisfeito com as definições de sujeito cartesiano, cogito, um sujeito que era centrado em si mesmo, senhor de seus atos e de