Resenha- ASSINATURA ACONTECIMENTO CONTEXTO de Jacques Derrida.

Suellen do Carmo, segundo ano de Relações Públicas, matutino.
Resenha crítica de ASSINATURA ACONTECIMENTO CONTEXTO de Jacques Derrida.
Soa até proposital a maneira complexa com que Derrida escreve seu texto. Proposital, pois sua explanação é exatamente sobre a escrita (entende-se por toda forma de codificação) e essa possibilidade da produção de diversos sentidos, onde cada indivíduo pode ter uma interpretação própria. O autor nos apresenta então, uma distinção entre transmissão e comunicação e também, surpreendentemente traz um novo sentido ao ato de comunicar.
Logo no início, o autor define comunicação como “o veículo, o transporte ou o lugar de passagem de um sentido e de um sentido único”. Derrida coloca a palavra comunicação como um conceito metafísico, ela a seu ver é da mesma ordem da consciência, portanto, não se restringe a transmissão, não é apenas o emissor dizer A e o destinatário entender A, se assim fosse, teríamos a morte da comunicação. A comunicação é o motor propulsor, é ela quem move, é a possibilidade do entendimento perfeito e único, no entanto, não há como se provar se determinada escrita comunicou realmente. A única certeza que temos é o fato da escrita simplesmente funcionar, afinal entende-se por “funcionamento”, neste caso, a construção de vários sentidos pelos receptores.
A comunicação é secundária, quando eu me aproprio da escrita esperando que ela comunique, como se fosse uma probabilidade. E o que vem a priori da comunicação é o funcionamento da escrita.
Não dá para discordar do autor, o conceito de comunicação persuasiva que ele desmonta, para trazer uma ideia de comunicação metafísica, transforma e produz uma grande reviravolta em tudo que acreditamos. Principalmente pra nós, estudantes de comunicação. Derrida sem piedade destrói nosso castelinho, tirando de nossas mãos a ferramenta da possível persuasão, pois nem sempre, ou melhor, quase nunca, o público seria “comunicado”, a persuasão passaria a ser um verdadeiro tiro no