Religiao

1652 palavras 7 páginas
O Juiz de Paz na Roça - Martins Pena

O Juiz de Paz da Roça (1833) é obra de Luís Carlos Martins Pena (1815-1848), autor romântico que praticamente não evoluiu literariamente, ou seja, o que se encontra em sua estréia, justamente a peça em análise, é o mesmo das outras 25, como se se tivesse prendido à repetição de moldes. Haveria apenas uma diferenciação em O Noviço e O Judas em Sábado de Aleluia, nos quais se encontra o clímax do domínio da estruturação dramática. Ainda assim, seu mérito está na introdução da dramaturgia em nossa literatura, o que realizou com qualidade, tornando-se uma ilha em nosso contexto cultural. Dessa forma, é aproximado a Gil Vicente, que também gerou sua obra praticamente no vácuo. Além disso, traz também, sob a influência dos franceses – o que o faz ser chamado de Molière brasileiro –, o teatro que, por meio do riso (outro ponto de contato gilvicentino), a descrição e a crítica aos costumes do Rio de Janeiro de meados do século XIX. E tudo de forma simples, natural, espontânea, ágil.

A texto em questão, escrito quando Martins Pena tinha 18 anos, é considerado o nosso Monólogo do Vaqueiro, já que é o inaugurador, literariamente, de nosso teatro. Como seu título indica, a trama dedica-se a descrever os costumes da zona rural, o que era a preocupação das primeiras obras do autor. Depois de infeliz passagem para a tragédia, o dramaturgo voltaria às comédias, mas ambientadas na Corte. No entanto, como se verá, o foco de sua crítica não mudou.

Assim como nas peças de Gil Vicente, somos jogados de chofre no meio da história. Essa técnica recebe o nome de “in media res”. Assim, por meio do diálogo de mãe (Maria Rosa) e filha (Aninha) sobre a labuta do pai (Manuel João), tomamos conhecimento de todo o sofrido universo de valores, costumes e tarefas da roça, como a necessidade de mais mão-de-obra escrava, atrapalhada por dificuldades econômicas. É interessante como essas preocupações por demais pragmáticas são apresentadas diante

Relacionados

  • religiao
    2784 palavras | 12 páginas
  • Religião
    5378 palavras | 22 páginas
  • A RELIGIAO
    4943 palavras | 20 páginas
  • Religião
    4402 palavras | 18 páginas
  • Religião
    3013 palavras | 13 páginas
  • religiao
    1180 palavras | 5 páginas
  • religião
    2431 palavras | 10 páginas
  • religiao
    955 palavras | 4 páginas
  • Religião.
    2933 palavras | 12 páginas
  • Religião
    514 palavras | 3 páginas