Região lombar
Para discutir o papel da ética na ação social vamos começar entendendo o que é ser ético. Diferentemente do que muita gente pensa, ética não é um conjunto de regras impostas pela sociedade a fim de determinar o que é certo e o que é errado. Ética é o conjunto de valores e princípios que você e cada um dos indivíduos usa para decidir como se portar em cada ocasião da sua vida.
Ou seja, ética é um código de conduta pessoal, determinado única e exclusivamente por cada pessoa. Claro, que para delimitar os padrões que fundamentam esse código pessoal, leva-se em conta a experiência e o aprendizado desenvolvidos coletivamente, a partir do contato com outros indivíduos. Afinal, para decidir se você deve fazer algo ou não, se você pode fazer algo ou não e, claro, se você quer fazer algo ou não, você necessariamente tem que levar em conta como isso pode afetar outras pessoas, que barreiras ou facilidades eles podem eventualmente criar para você, comparar a situação a outras semelhantes. Enfim, embora os parâmetros da sua ética sejam decididos só por você, você está inserido em um contexto social e isso influencia as suas decisões.
Portanto, todo mundo tem sua ética. Não faz sentido dizer (embora seja comum ouvir por aí) que alguém não tem ética. Quando se diz isso provavelmente o que se quer dizer é que certa pessoa demonstra ter padrões éticos diferentes do que se espera dela como cidadã, por exemplo, ou mesmo diferentes da ética da pessoa que a acusa.
"Não há agência certificadora para nosso caráter ético. Ele depende só de nós, de nossa consciência, com toda a insegurança que isso possa trazer e quanto mais insegurança trouxer, melhor, porque mostrará que estamos mesmo em dúvida diante de nós e de nossa ação", explica Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia