Regime militar

O regime militar que foi implantado no Brasil em 1964 e durou por vinte anos, nos lembra de um período triste da história brasileira em que muitos direitos constitucionais foram suspensos e substituídos por uma série de medidas de exceção. Nesse período, nosso país assistiu, com perplexidade à supressão das liberdades civis e à repressão indiscriminada dos movimentos sociais organizados, á qual não faltaram requintes de crueldade, como tortura, assassinatos e perseguições. Esses vinte longos anos de censura e terror fez o nosso país “estacionar” em vários setores. Vale lembrar, como exemplo, a restrição à liberdade de expressão dos meios de comunicação que não se desenvolveram nessa época. Opor-se ao regime significava submeter-se à perseguição, sofrimento e morte. Apesar da repressão, nunca deixou de haver oposição ao regime militar, na linha de frente da revolta estavam os estudantes, que de norte a sul do país exigiam a volta da democracia, reformas no ensino e mais verba para a educação, entre outras reivindicações

Todo esse contexto histórico não nos deixa saudades. Hoje vivemos em um país democrático, onde temos certa liberdade de expressão, digo certa, porque volta e meia acontecem fatos que nos fazem lembrar o tempo de repressão. No final do ano passado o escândalo envolvendo o governador Arruda que foi acusado de comandar um esquema de uso indevido de verbas usando empresas privadas, fez toda imprensa voltar-se à Brasília, estudantes universitários invadiram a Câmara Legislativa Federal e lá permaneceram em forma de protesto para que providências em relação ao assunto fossem tomadas de forma enérgica, depois de ordem de retirada dos estudantes do local, novo protesto foi feito, desta vez nas ruas e, violentamente foram reprimidos pela Polícia Militar do Distrito Federal a cacetadas, fato tão divulgado pela mídia.

É evidente que o tempo atual não se compara ao da ditadura, mas algumas atitudes por parte do governo se assemelham com essa triste época.