Reflexões sobre o romance moderno

1486 palavras 6 páginas
ROSENFELD (1996) salienta em reflexões sobre o romance moderno que a obra propunha um jogo de reflexões, uma espécie de diálogo lúdico com o leitor, tendo em vista diversas hipóteses fecundadas. A hipótese básica é que em cada fase histórica exista um “recorte temporal”, ou seja, uma espécie de espírito unificador que coloca todas as manifestações de cultura em contato.
O autor expõe a segunda hipótese dizendo que devemos considerar como algo muito importante no campo das artes o fenômeno da desrealização. “ O termo ‘desrealização’ se refere ao fato de que a pintura deixou mimética, recusando a função de reproduzir ou copiar a realidade empírica, sensível.” (ROSENFELD, p. 76)
Temos uma negação do realismo evidente, pois o sentido desse termo é designado a tendência de reproduzir de uma forma estilizada (ou não) ou idealizada (ou não) a realidade construída através de nossos sentidos. Portanto a segunda hipótese se refere que a pintura não se realiza mais a partir da conceituação mimética, e isso faz com que se põe em dúvida a visão de mundo que se tinha no renascimento.
Uma terceira hipótese apresentada pelo autor é de que tais alterações profundas que podemos verificar na pintura (e é possível observar em outras artes também) que essas manifestações, embora de um porte bem menor manifestam-se também no romance. Na pintura essas modificações causaram escândalo, o autor justifica que é mais fácil percebe-las na arte visual que na arte escrita.
ROSENFELD (1996) à partir dessas hipóteses levanta diversas questões relacionando a pintura com a literatura, pois “nota-se no romance do nosso século uma modificação análoga à da pintura moderna, modificação que parece ser essencial à estrutura do modernismo.” (ROSENFELD, p. 80)
A dificuldade do público para lidar com este tipo de pintura e romance decorre de que a arte moderna costuma negar o compromisso com este mundo empírico das “aparências”, a arte moderna lida com o mundo temporal e

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