Redação

O estranho ser lembrava Fábio dos monstros de suas histórias em quadrinhos. Então decidiu fazer o que os super-heróis faziam para deter as massas gelatinosas, levar elas para lugares mais iluminados. Mas como isso seria impossível por ser noite, pegou sua lanterna e apontou para o bicho. Não se via mais nada no local. Um eco que poderia ser a voz tenebrosa do bicho gelatinoso, começou a surgir na mente de Fábio. Não se sabia se era imaginação ou realidade. Ele decidiu tentar ignorar e voltar e dormir, mesmo que o pensamento não saísse de sua mente. Não teve esforço para ignorar, também não teve coragem para levantar e encarar a gelatina ambulante. Pensou em ficar se revirando na cama até pegar no sono, mas a curiosidade era maior. Quando decidiu se levantar, com sua lanterna na mão, de cara já escorregou no fluido gosmento que ficou grudado na sua roupa. Viu algo se aproximar, só poderia ser a criatura preparando-se para abocanhá-lo, Fábio correu direto para sua cama, desviando das gosmas, se enfiando debaixo dos cobertores. Depois de ver o estranho ser de perto, conseguiu ignorar e dormiu, embora preocupado. Na manhã seguinte, no canto do seu quarto onde estava a criatura, não havia mais nada e o chão estava limpo. "Deve ter sido um sonho", pensava. Ninguém havia acordado ainda, a casa estava silenciosa e sem brigas pelo banheiro, então Fábio decidiu ir até lá escovar os dentes e tomar um banho. O sol batia diretamente na janela, incomodando a visão de Fábio. Depois de secar o rosto numa toalha azul, viu uma criatura atrás da cortina da banheira, era a coisa. Exatamente igual como na noite anterior. A coisa tentou se aproximar, mas acabara por derreter com luz solaz e descer em redemoinho pelo ralo da banheira. Fábio estava livre.