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O meu Rádio

Hoje é dia de jogo. Sempre que posso, acompanho os jogos do Grêmio. Meus filhos também gostam de ver os jogos, mas nunca do jeito que eu gosto. Eu acompanho os jogos sempre pelo rádio, não gosto de ver eles pela televisão. Isso é um hábito que eu tenho desde pequeno e não pretendo parar. Acho fascinante as tecnologias de hoje com as telas HD e smartphones, apesar de não usar elas tanto quanto o rádio. Meu amor pelo rádio começou na minha infância quando meu pai comprou um pequeno rádio para mim. Eu o deixava ligado quase todos os dias e sempre esperava até as 7 horas para ouvir o programa da noite. A partir daí o rádio se tornou parte essencial da minha vida. Influenciou até minha escolha acadêmica, fiz Engenharia Eletrônica na UFRGS, onde o rádio é uma ferramenta muito utilizada. Infelizmente não consegui trabalho envolvendo rádios, mas nunca trabalhei sem ter um ao meu lado. Trabalhei minha vida inteira na empresa da família, que organizava transações monetárias entre proprietários de imóveis. Obtive sucesso na empresa e tenho dinheiro para viver confortavelmente com minha esposa e meus dois filhos. Essa minha proximidade com o rádio também me revelou o que eu acredito que ocorrerá em não muito tempo: o rádio cairá em desuso. Até no meu carro o celular é favorecido, o que me deixa profundamente triste. Vivi minha vida em torno desses eletrônicos e gostaria de continuar os usando, mas mal consigo pilhas que caibam no meu primeiro rádio, que ainda possuo. Hoje tenho 60 anos e sou aposentado, fico em casa ouvindo meus rádios como passatempo enquanto eles não desaparecem completamente. Meus filhos me chamam para ver o jogo na TV mas sabem que são pedidos em vão. Vai começar o jogo e eu já liguei o