Recensão crítica do artigo identidades invisibilizadas: contributo para o conhecimento da população cigana local

Recensão crítica do artigo
Identidades invisibilizadas: Contributo para o conhecimento da população cigana local

Palavras-chave: Ciganos; invisibilizados; diferenciações; etnocentrismo; discriminação.

O artigo científico por nós analisado propõe-se a estudar a comunidade cigana em Trás-os-Montes, concelho de Bragança e a sua distribuição pelo meio rural e urbano. O que distingue este estudo da maioria dos restantes sobre o tema é que permitiu “desomogeneizar” a comunidade cigana em Portugal. Permitiu a visualização de uma realidade até agora desconhecida que é o facto de existirem ciganos a habitar no meio rural.
Os autores deste estudo apresentaram dois objectivos principais que foram conhecer o grupo de ciganos habitantes no Nordeste Transmontano, distinguidos entre habitantes no meio rural e urbano; e conhecer as relações interétnicas estabelecidas entre si e a população não cigana da localidade. A falta de trabalhos científicos acerca da população cigana, especificamente em Trás-os-Montes foi a principal razão que motivou os autores a estudar este grupo nesta região. Como apresentam diferenças nas relações e modos de vida relativamente aos ciganos de outras regiões de Portugal já anteriormente estudadas como Lisboa e o Porto, os autores acharam pertinente este estudo. Depois de uma breve introdução e apresentação dos objectivos os autores começaram por fazer a caracterização sociográfica dos ciganos de Trás-os-Montes. Identificaram dois grupos de ciganos que se distinguem entre si a vários níveis tais como, económico, social, cultural, linguístico e religioso. Ambos os grupos se autodenominam ciganos mas criam barreiras às relações intergrupais e até se referem ao outro como “Gitanos” e “Chabotos”, de forma a distinguirem-se. Contudo, os ciganos que residiam na parte rural (chamados de “Chabotos” pelo outro grupo), espalhados por várias aldeias, tinham interacção social com a população não cigana em algumas localidades. Já os que viviam na