Questionamentos ambientais do proálcool
QUESTIONAMENTOS AMBIENTAIS DO PROÁLCOOL
1. Contexto histórico de surgimento do Proálcool A crise mundial do petróleo de 1973, que trouxe inúmeras consequências para o sistema-mundo, em especial no tocante à economia, trouxe impactos diretos na questão da energia. Muitos desses impactos foram sentidos no Brasil, e uma consequência foi o lançamento do programa Proálcool pelo governo de Ernesto Geisel, em 1975. A crise iniciou-se com a Guerra de Yom Kippur, em 1973, um dos vários conflitos entre árabes e judeus do século XX. O aumento do preço do barril de petróleo foi resultado de um boicote das nações produtoras, em sua maioria países árabes, que queriam prejudicar as nações que apoiassem Israel. O valor do barril mais que triplicou em um curto período de três meses. Nos primeiros dois anos que se seguiram à crise, o governo brasileiro, comandado por Figueiredo, sugeriu que se adicionasse álcool anidro na gasolina, como forma de reduzir as importações de petróleo do Oriente Médio. Não obstante, o preço da gasolina – combustível que movimentava praticamente toda a frota de carros nacionais – não parava de subir, e o álcool1 foi visto como solução. Começava-se um movimento para ele fosse utilizado em maior escala, com o objetivo de se reduzir a dependência ao petróleo estrangeiro.
“O álcool é a resposta brasileira à crise energética. Mais que solução para contingências externas, é o grande desafio da década de 1980 que a nação inteira terá de enfrentar e vencer” – João Figueiredo em entrevista à revista Veja
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Álcool refere-se à etanol (álcool etílico).
Em 1975 o Programa Nacional do Álcool – o Proálcool – foi oficialmente lançado, com o objetivo de substituir a frota de carros movidos a gasolina por automóveis movidos a álcool, produzidos em solo brasileiro e com tecnologia desenvolvida em território nacional. A Ditadura, inclusive,