psicometria

1746 palavras 7 páginas
A moralidade coletiva
Por Julián Marías
O que é freqüente é normal? E o que é normal é necessariamente lícito? O filósofo e ensaísta espanhol Julian Marías, falecido em fins de 2005, trata dessa e de outras questões neste artigo, resumo de uma conferência ministrada no “Instituto de Espanha” (Madrid) em 15/04/1998.

Falaremos hoje de um problema relacionado com o horizonte do próximo século, que é o problema da moralidade coletiva. A moral é assunto pessoal, e, portanto individual, de cada pessoa. O homem, porém, vive em sociedade, possui uma vida individual articulada com a vida coletiva, e, por conseqüência, a vida moral está condicionada naturalmente pela situação social em que vivemos, pelo conjunto de usos, de vigências, de pressões sociais, de modelos, de exemplos: tudo isso influi grandemente.

Deve ficar claro que, por se tratar de um assunto pessoal, o fator decisivo é a liberdade. Ou seja, o homem é responsável, o homem faz a sua vida, escolhe a sua vida, realiza-a na medida em que as circunstâncias o permitem; mas o projeto é próprio, é pessoal, cada qual imagina a sua vida, projeta-a, tenta realizá-la mais ou menos, melhor ou pior; e influem as circunstâncias sociais.

A liberdade é sempre fundamental e decisiva, e faz também com que o homem seja responsável: eu sou responsável, não pelo conteúdo último da minha vida nem por aquilo que me afeta do exterior, mas sim pelo que eu escolho, pelo que eu prefiro, pelo que decido dentro das possibilidades. O homem da nossa época recebe uma série de interpretações da realidade que, muitas vezes, têm um caráter moral. Aparecem formas de vida, de relacionamento humano, de família, de ética política, que são, de certa forma, interpretações a uma determinada luz, favorável ou desfavorável conforme os casos, e muitas vezes apresentam-se como normais porque são freqüentes. Essa identificação parece-me muito perigosa: considerar o que é freqüente como normal, o que é normal como lícito, e o que é lícito

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