Projeto sons e sensações

Introdução: Assim nasceu o projeto

O desafio estava posto: desenvolver um projeto no CEMEI como trabalho de conclusão do curso para Agentes de Educação Infantil. Inicialmente não nos assustamos tanto, pois, desde o início do ano de 2009, vínhamos trabalhando com a Pedagogia de Projetos. O CEMEI no qual havíamos iniciado a jornada como professoras de crianças pequenininhas (agentes de educação infantil é o nome do cargo mas, também nos consideramos professoras) há muito tempo utiliza a Pedagogia de Projetos e, portanto, estávamos pelo menos um pouco familiarizadas com esta metodologia. Mais tarde, nos deparamos com uma série de dúvidas: qual projeto é possível desenvolver com os bebês? Como fazer um outro projeto que não prejudique o andamento do trabalho que já estava sendo realizado desde o início do ano em conjunto com a professora titular da sala?
Outro desafio enfrentado é o fato de que um projeto deve partir de uma situação problema identificada pelas educadoras ou mesmo da observação do interesse das crianças. A organização do trabalho pedagógico por meio de projetos precisa partir de uma situação, de um problema real, de uma interrogação, de uma questão que afete ao grupo tanto do ponto de vista socioemocional quanto cognitivo. (Barbosa e Horn, 2008, p.40) Sendo assim, como distinguir entre choros, risos, olhares e gestos o interesse das crianças? Como desviar o olhar do projeto em andamento na sala e ao mesmo tempo fazer com que nasça um outro projeto que não “atrapalhe” o primeiro?
Estas eram questões que nos afligiam e que provocaram em nós a necessidade de uma observação mais apurada do dia a dia dos bebês. Começamos a notar que nos momentos em que as crianças choravam elas imediatamente paravam ao ouvir o som de um pequeno sino ou qualquer outro instrumento da bandinha ou mesmo o cantarolar de músicas infantis pelas educadoras. Pessoas com vasta experiência na educação infantil devem estar pensando que não há novidade alguma neste fato, mas para