produção de penicilina
A descoberta e produção em massa de medicamentos capazes de combater doenças infecciosas constitui uma das maiores realizações da humanidade. A introdução dos antibióticos em medicina marcou o início de uma era em que doenças mortais passaram a ter cura, originando um aumento de longevidade estimado em 10 anos nos países industrializados.
Neste capítulo revê-se a descoberta da penicilina e a forma como é hoje em dia produzida industrialmente. Discute-se a sua produção por fermentação, a extracção dos caldos fermentados e a obtenção de produtos de maior eficácia terapêutica por modificação química da penicilina.
Passados mais de meio século do início da produção industrial de penicilina, subsistem ainda problemas fundamentais por resolver neste processo. Põe-se ainda em evidência o facto dos métodos utilizados na solução dos problemas de engenharia bioquímica encontrados na produção industrial de penicilina se terem constituído em paradigma na investigação e desenvolvimento da generalidade dos processos de produção dos antibióticos actualmente comercializados.
12.1 INTRODUÇÃO
A indústria farmacêutica de produção de antibióticos por fermentação nasceu há ca. de 60 anos com a produção de penicilina, sendo frequentemente utilizada como exemplo de uma biotecnologia estabelecida [1].
No entanto, apesar da escala a que se produz penicilina, da sua importância comercial e de ser o antibiótico produzido há mais tempo por fermentação, o conhecimento existente sobre o microrganismo e o processo de fermentação é insuficiente para que seja possível i) por modificação genética dos mecanismos de controlo metabólico a acentuação de determinadas características de uma estirpe (e.g., produtividade) ou ii) a formulação a priori de meios e condições de cultura mais adequadas a dada estirpe.
A produção de penicilina é realizada por fermentação com um fungo, o Penicillium chrysogenum, não existindo processos químicos alternativos economicamente viáveis. A