Preconceito linguístico

A diversidade refere-se à abundância de coisas diferentes, a multiplicidade, ou seja, nada mais é do que a variedade ou diferença. A vinda dos portugueses trouxe, além do “descobrimento”, uma nova cultura, um novo povo, uma nova língua, já não erámos apenas um povo só, de uma só língua, raça, culturas e crenças. O convívio entre negros, índios e portugueses nos deixou essa diversidade cultural e linguística, que nos faz brasileiros. Por essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea. As pessoas são diferentes na cor da pele, na religião, no modo de pensar, na etnia... Porque então serem iguais na língua? A diversidade linguística, neste caso, está relacionada com a existência e a convivência de línguas diferentes. Ela existe em todo o mundo, mas veremos com mais ênfase a diversidade linguística e cultural e o preconceito linguístico no Brasil.
Objeto de estudo por muitos, a diversidade no nosso país, é abundante e juntamente com ela vem o preconceito linguístico, (entenda-se como o julgamento depreciativo contra algumas variedades linguísticas). Para entendermos melhor a questão é preciso trazer alguns dados: no Brasil são falados por volta de 200 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 170 línguas, e as comunidades de descendentes de imigrantes outras 30 línguas. Somos, portanto, como a maioria dos países do mundo, um país de muitas línguas, plurilíngue. A História mostra que poderíamos ter sido um país ainda muito mais plurilíngue, não fossem as repetidas investidas do Estado contra a diversidade cultural e linguística. Possuímos uma grande diversidade interna da língua portuguesa aqui falada, obscurecida pelo preconceito de que o português é uma língua sem dialetos (maneira de falar). A língua no Brasil não e uma “unidade”, ela é uma diversidade, varia conforme a região, a classe social, a faixa etária. Não se pode impor uma única língua, sem suas variações. Existe todo um contexto, um indivíduo não aprende a falar na escola, ele aprende