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Clássico nos anos 1970, porém ambientado nos anos 40, Dona Flor e Seus Dois Maridos, filme baseado no livro de mesmo nome do escritor baiano Jorge Amado e direção de Bruno Barreto, retrata a história de Florípedes (dona Flor) que conhece as duas faces do amor, uma de seu marido Teodoro e outra com o falecido marido Vadinho, contudo um homem é amável e fiel e o outro oferece uma sensualidade lascívia. Sucesso nas mãos do Barreto, com ótimo elenco encabeçado pelo trio protagonista Sonia Braga, Mauro Mndonça e José Wilker. Dona Flor vive em contradição entre a segurança do atual marido e a estravagância de Vadinho. Decente e trabalhadora, casou-se com Vadinho, um boêmio nato e começou o seu calvário. Sempre perdendo dinheiro no jogo, bebendo muito e passando as noites nas farras, Vadinho deixava Flor viver sem perspectivas, solitária, insegura. Mas, na cama, ele a satisfazia e ela o amava profundamente. Cerca de um ano após a morte de seu primeiro marido Flor começa a sentir os desejos do corpo, a falta da sensualidade e, em decorrer disso acaba se casando com o pacato Teodoro, que na cama acaba também sendo metódico.
Vem, então, da mente de Jorge Amado o que ele consideraria a solução perfeita. O homem sério vivo, para dar conforto e segurança a esposa, e o homem morto para lhe dar prazer. Não por acaso, o espírito de Vadinho anda nu. Sem julgamentos morais, a trama não deixa de ter sua lógica. E mais do que tudo, é conduzida com muito bom humor.
Bruno Barreto segue a cronologia invertida começando o filme pela morte de Vadinho, vestido de baiana em pleno carnaval. Sua história com Flor vem em flashback, depois seguimos com Teodoro, para enfim, encarar a situação do triângulo inusitado.
O contraste encontrado pelo autor do velório de Vadinho com o carnaval nas ruas do Pelourinho ou na construção da personalidade de Vadinho, seja mexendo com a aluna de Flor no meio da aula de culinária, enganando o padre para conseguir dinheiro, ou jogando no cassino são bem