Podemos Afirmar Que Problematiza O Nietzschiana Sobre O Mago Da Obra Evang Lica De Jesus De Nazar Encontra A Sua Express O Mais Apurada Em O Anticristo

1055 palavras 5 páginas
Podemos afirmar que problematização nietzschiana sobre o âmago da obra evangélica de Jesus de Nazaré encontra a sua expressão mais apurada em O Anticristo; nesse ensaio percebemos uma análise tipológica da personalidade de Jesus que permite a formulação de uma interpretação sobre a práxis crística a partir de uma perspectiva livre de valorações morais, tal como o estabelecimento eclesiástico cristão iria posteriormente promover, em nome da satisfação dos seus projetos normativos destoantes em relação ao sentido originário da doutrina evangélica. Para Nietzsche, aquela que seria a autêntica figura histórica de Jesus estaria fixada em seu tipo psicológico, pois este permaneceu incólume diante das interpretações moralistas concedidas pela tradição teológica cristã, mantendo-se assim independente dos traços estranhos e incongruentes com que a instituição cristã o teria desfigurado. Tal como Nietzsche salienta,

O que me importa é o tipo psicológico do Redentor. Afinal, ele pode estar contido nos evangelhos apesar dos evangelhos, ainda que mutilado ou carregado de traços alheios: como o de Francisco de Assis está conservado em suas lendas, apesar de suas lendas. Não a verdade quanto ao que fez, o que disse, como realmente morreu; mas a questão de o seu tipo ser concebível, de haver sido "transmitido" (NIETZSCHE, 2007, p.35)1

Ao delinear o tipo psicológico de Jesus, Nietzsche descarta as definições de "herói" e "gênio", propostas por Ernest Renan, célebre historiador francês que dedicara grande parte de sua vida intelectual ao estudo do Cristianismo nas suas conjunturas históricas, teológicas e filosóficas. Para Nietzsche, essa perspectiva defendida pelo pensador francês seria uma grande estultícia, pois a vida e a obra evangélica de Jesus contrariavam toda a ideia de "herói" ou "gênio" (NIETZSCHE, 2007, p. 35-36). Nietzsche demonstra continuamente uma grande aversão pela obra de Renan, conforme podemos ver em Crepúsculo dos Ídolos, onde Nietzsche diz: "Renan –

Relacionados