plano verao

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POLiYlCA ECONÔMICA
A política econômica do Plano Verão
Gentil Corazza*

Introdução o ano de 1988 foi marcado pela conhecida política econômica gradualista de combate à inflação, uma mistura de imobilismo e hesitação em se tomar alguma medida que tentasse estabilizar o processo inflacioríário.
Na frente externa, tal política pautou-se por uma renegociação convencional da dívida, na expectativa de que, uma vez feita a "paz" com os credores externos, estes facilitassem o ingresso de novos empréstimos, com os quais seria possível aliviar as necessidades de financiamento doméstico do setor público e abrir algum espaço para o exercício da política monetária e fiscal.
Além de não se ter realizado tal expectativa governamental, o acordo assinado com os banqueiros internacionais no segundo semestre de 1988 exigia do Brasil o pagamento integral dos juros, o que forçava a economia a gerar enormes saldos comerciais para atender àqueles compromissos.
Essa transferência líquida de capitais para o Exterior, aliada a outros fatores internos, provocou uma retração das atividades econômicas, com as já conhecidas conseqüências negativas sobre as finanças públicas.
Na frente interna, o combate à inflação seguiu o figurino ortodoxo, que prega a redução do "déficit" público,mediante cortes lineares de gastos correntes e de investimento. Essa política deixou de lado a questão financeira das contas públicas — foco central gerador da instabilidade na economia e das expectativas desfavoráveis dos agentes econômicos. O resultado, para o ano de 1988, foi o que já conhecemos: uma inflação de
933,62%, conjugada comuma queda do Produto Interno Bruto de 0,28%. Além disso, a dívida pública interna apresentou um crescimento real superior a 50%,o que passou a projetar perspectivas ainda piores para o ano de 1989.
É nesse contexto que o Governo toma a decisão de executar o Plano
Verão em 16 de janeiro de 1989. Os meses que o precederam foram marcados pela