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Meia Hora: um jornal estrategicamente pensado para vender

Rafaela Almeida BORGES
João Albuquerque Moreira de ARAÚJO
Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Minas Gerais.

Introdução

O jornalismo popular tem se consolidado cada vez mais no Brasil. De acordo com dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), três jornais que se inserem nesta categoria estavam entre os seis de maior circulação no país: o Super Notícia (Belo Horizonte), com 303.087 de exemplares vendidos diariamente, o Extra (Rio de Janeiro), com tiragem de 287.382 jornais diários e, o Meia Hora, com tiragem média de 231.672.
Estas publicações, geralmente destinadas às classes B, C e D, são caracterizadas por apresentarem, em seu conteúdo, algumas histórias incríveis, matérias de utilidade pública e, na maioria das vezes, entretenimento. Exploram fatos que interferem diretamente na vida da população, e procuram seduzir o leitor com notícias sobre a vida de pessoas famosas, acontecimentos policiais e fatos bizarros. Segundo Figueiredo (2010), apesar de suas manchetes se aproximarem muito da linguagem sensacionalista, esses diários trazem uma linguagem simples, mas não vulgar, além de seguir padrões jornalísticos como a objetividade e a pirâmide invertida.
Desta forma, o jornalismo popular é “um tipo de imprensa que se define pela sua proximidade e empatia com o público-alvo, por intermédio de algumas mudanças de pontos de vista, pelo tipo de serviço que presta e pela sua conexão com o local e o imediato.” (AMARAL, 2006, p.16)

O objeto de nosso estudo é o jornal Meia Hora. Criado no início de 2006, este é um impresso matutino do Rio de Janeiro, pertencente ao grupo “O Dia Comunicação”, que possui de 32 a 44 páginas, cujo principal objetivo é transmitir a informação de maneira mais fácil. Além disso, é dividido em 18 sessões diversificadas: Serviços, Geral, Polícia, Voz do povo, Balanço Geral, Esportes, De primeira, A gata da hora, Saúde, Mundo Tecnologia, De tudo um