Paralelismo nas Cantigas Trovadorescas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO FACULDADE DE LETRAS DISCENTE: Gabriela Braz Maués

Atividade 02/10

O paralelismo é uma característica estrutural das cantigas trovadorescas. É um tipo de repetição de versos em estrofes que formam pares nas cantigas. O 2ª verso da 1ª estrofe inicia a 3ª estrofe, o 2ª verso da 2ª estrofe inicia a 4ª estrofe e assim as estrofes formam pares. Chama-se de reiteração estrutural, pois não há necessariamente a repetição do verso por inteiro, também pode haver mudança de palavras. Como no último par da cantiga apresentada. Ocorre a reiteração estrutural do 2º verso da 6ª estrofe na 8ª estrofe, porém muda-se o verso. Na 6ª estrofe o verso era “e non pude veer:” com a repetição para formar a 8ª estrofe, o verso se torna “[E non o achei lá,”. Um verso também pode trocar de par.
A estrofe formada por esse paralelismo é um misto de repetição com novidade. Enquanto há a repetição do 2º verso da primeira estrofe do par, que formará o 1º verso da outra estrofe do par, o segundo verso da mesma será a novidade da estrofe e o terceiro será o refrão da cantiga, que estará presente em todas as estrofes. Assim, podemos deduzir como será o 1º verso da nova estrofe e qual será o último verso, mas não podemos saber o 2º verso, pois este será a novidade da estrofe.
Na cantiga apresentada, temos 8 estrofes e podemos encontrar a característica do paralelismo. São formados 6 pares de estrofes com repetições de versos. Nos dois últimos pares há mudança de palavras nos versos repetidos. O refrão dessa cantiga é o verso “e moiro-me d’ amor”. Ainda na última estrofe aparece a repetição de quase a estrofe anterior inteira. No 1º e 2º versos que se repetem, com a diferença no 1º que acrescenta uma palavra no final.