Papper

Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Laboratório de Práticas no Contexto Clínico
Professora Shirley Sesarino
Letícia Santos Bueno O caso relata a história de Armando, um homem de 31 anos que busca a terapia após a descoberta de traição de sua esposa. Armando tem dois filhos e relata que faz de tudo para eles. Diz que se casou devido à gravidez da esposa e, 5 anos após, pensou em separação. Após passar 1 ano pensando qual rumo profissional tomaria decide cursar engenharia mecânica, por indicação do pai mas, diz que não é a melhor coisa do mundo. Sobre seus pais pouco comenta, diz que sua mãe não gosta da nora. Quanto ao pai, diz que sempre foi muito mulherengo e acha que fez a mãe sofrer. O pai morreu há um ano. Armando pergunta repetidas vezes o que deve fazer e o que eu faria se estivesse em seu lugar. Ao discutir sobre o decorrer das sessões aceita vir duas vezes na semana e pagar o que eu pedi, sem restrição. Antes de encerrar Armando ainda diz que, acha bobagem, mas o seguinte pensamento aparece sem mais nem menos: se ele se separar o filho morre. Quando pergunto que filho é esse ele diz que talvez possa ser um dos dele. Pontuo pausadamente as palavras “separar... filho... morre” e Armando me diz que é estranho isso, mas é assim que lhe ocorre. Ao nos despedirmos, me pede o numero de meu celular caso precise de mim, de algum conselho, pois assim ficaria mais tranquilo no fim de semana. Tal relato foi ouvido na sessão de número um, a qual Freud, chamaria de entrevista preliminar. Segundo o mesmo, em seu texto “O início do tratamento” (1913), existiria razões diagnósticas para começar um tratamento por um período de experiência desse tipo, a durar uma ou duas semanas. Segundo Quinet (1993, pg. 18) é onde se deixa que o paciente fale quase o tempo todo e não se explica nada mais do que o absolutamente necessário para fazê-lo prosseguir naquilo que está dizendo. Ferreti e Forbes, (1988, pg. 6), afirmam que as entrevistas preliminares ainda