Palhoça e seus contrastes

1- Introdução Segundo Pereira (20081), o crescimento da população do município de Palhoça é decorrente de um significativo fluxo migratório, principalmente de outras regiões do Estado de Santa Catarina, onde tem havido um crescimento acelerado da urbanização:
“Se, por um lado, existe um movimento de dispersão de áreas carentes por todo o município, por outro, existe um outro processo de reprodução do espaço urbano, a partir da verticalização de áreas centrais. Tanto no centro, quanto nos loteamentos Pagani e Pedra Branca, têm aparecido edifícios de caráter multifamiliar, indicando um avanço do mercado imobiliário. Em particular, Palhoça vem adquirindo novas funções a partir da implantação do loteamento Pedra Branca, visto que tal empreendimento negocia terrenos com valores bem acima do restante da cidade” (PEREIRA1, 2008). Para compreender como a cidade vem se desenvolvendo realizou-se um levantamento bibliográfico, dados dos setores censitários (IBGE, 2014) e a análise de fotos antigas e atuais de alguns bairros por meio do aplicativo “Google Earth”.
A proximidade de loteamentos planejados com ocupações irregulares chama a atenção. Vasconcelos (2013) define que o termo “justaposição” pode ser utilizado com maior precisão que “segregação sócio-espacial” para descrever casos em que existe proximidade espacial convivendo com grande desigualdade social. Um exemplo de “justaposição” ocorre entre os loteamentos Pedra Branca e Frei Damião. Estes dois loteamentos também são parcialmente separados por muros de concreto, o que se configura como um exemplo de segregação por “separação”.
Também é visível a falta de interação e articulação entre os diversos bairros do município, que são separados pela rodovia BR 101. Segundo as definições organizadas por Vasconcelos (2013) também pode ser aplicado nesse caso o termo “fragmentação”.
A existência de diversos exemplos de segregação sócio-espacial no município em suas mais diferentes manifestações é uma das