Os trabalhadores da cana-de-açúcar

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E é a partir de 1980 que aumentou significativamente o número de trabalhadores temporários, sem vínculo empregatício e sem registro formalizado, como no caso dos cortadores de cana, que em sua maioria, fica desempregado na entressafra e sem nenhuma perspectiva de trabalho, pois seu nível de escolaridade é baixo ou nulo, não podendo dessa maneira ser inserido em outra ocupação dentro da usina ou mesmo fora dela. Nesse período ficam desempregados e fazem “bicos” limpando mato, como servente de pedreiro, feirante, ou ficam desempregados aguardando o período incerto da safra, sem saber se serão contratados pela usina novamente.
O trabalho dos cortadores de cana-de-açúcar pode ser apontado como uma das atividades mais vilmente exploradas. Jornadas e condições de trabalho desumanas são apenas algumas das constantes nesse meio.
A cobiça patronal associada à mão-de-obra desqualificada e desenganada, que busca tão somente sobreviver, tem como produto uma violência sem tamanho. O Estado, por sua vez, é um conceito ausente nos longínquos canaviais na maioria dos casos, seja por incapacidade ou desinteresse , se desfazendo de sua fantasia de Democracia de Direito e, sob o sol escaldante, a realidade toma as rédeas (ou melhor, o chicote) da vida . Só para se ter uma ideia da desumanidade que impera nos setores dos cortadores de cana-de-açúcar, um dos fatores determinantes para a recontratação do trabalhador seria o fato do trabalhador não reclamar do serviço e não adoecer constantemente. O que é desumano, pois ele está no limite do esforço físico. Muitas vezes, as manifestações não aparecem no momento, mas a médio e longo prazo, mostrando a debilidade da saúde desses trabalhadores.
Com relação aos salários dos trabalhadores cortadores de cana, o que determina quanto cada um receberá é a quantidade (em toneladas) de cana cortada diariamente: quanto maior a produção, maior o salário. Esse tipo de pagamento tem por objetivo a produtividade crescente,

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