Os sistemas socias

Para um melhor conhecimento sobre os “sistemas sociais” é necessário antes fazer uma distinção entre esses “sistemas” e as “sociedades”. As “sociedades” são grupos de indivíduos que vivem e trabalham juntos. Os “sistemas sociais” consistem em padrões ideais, reciprocamente ajustados, de acordo com os quais as atitudes e o comportamento dos membros da sociedade se organizam. Ou seja, a sociedade é uma organização de indivíduos e o sistema social é uma organização de idéias.
Vários status são atribuídos aos indivíduos numa base de fatores biológicos facilmente determináveis, tais como sexo, idade e várias espécies e graus de parentescos biológicos. Em nossa própria sociedade, os status de pai e filho encerram uma mistura de ligações sociais e biológicas. É possível verificar que mesmo em um parentesco tão íntimo e tão facilmente determinável, quanto o existente entre pai e filho, os fatores sociais chegaram a sobrepujar os biológicos na atribuição de status.
O indivíduo é socialmente atribuído a determinados status para os quais a relação biológica serve como mero ponto de referência. Com exceção da relação entre o filho e a mãe que o amamenta, qualquer pessoa dos grupos de sexo e de idade correspondente, pode substituir o parentesco consanguíneo, sem de maneira alguma interferir com a plena expressão do padrão social. Mesmo as atitudes emocionais, que costumamos considerar como intimamente associadas às relações biológicas, podem ser fácil e prontamente assumidas por indivíduos não aparentados e que socialmente são atribuídos aos status correspondentes. Assim, a afeição entre o pai e o filho adotivo é frequentemente tão profunda e tão real quanto à existente entre o pai e um filho consanguíneo.
Essa dissociação entre relações sociais e biológicas é ainda evidenciada pelo importante papel desempenhado em todas as sociedades pelos status atribuídos em relação a fatores não-biológicos. Um exemplo são os Comanche, a relação social mais importante era provavelmente