Orçamento e Custos
Em
nossa sociedade, a produção de um objeto envolve uma complexa rede de trabalhadores e de trabalho. Outros tipos de sociedade apresentam características bem diversas, como veremos a seguir.
O antropólogo estadunidense Marshall Sahlins as denomina “sociedades da abundância” ou
“sociedades do lazer”, pois seus membros têm todas as necessidades materiais e sociais satisfeitas dedicando um mínimo de horas ao que chamamos trabalho.
A explicação para o fato de os membros das sociedades tribais trabalharem menos do que nós está no modo como se relacionam uns com os outros e com a natureza.
Nas sociedades medievais, a terra era o principal meio de produção, e os trabalhadores tinham direito a seu usufruto e ocupação, mas nunca à propriedade. Prevalecia um sistema de deveres do servo para com o senhor e deste para com aquele.
Nessas sociedades, havia outras formas de trabalho, como as atividades artesanais, desenvolvidas nas cidades e nos feudos, e as atividades comerciais.
Da Antiguidade até o fim da Idade Média, o trabalho não orientava as relações sociais. Estas se definiam pela hereditariedade, pela religião, pela honra, pela lealdade e pela posição em relação às questões públicas: elementos que permitiam a alguns viver do trabalho dos outros. Com a emergência do mercantilismo e do capitalismo e o fim do serviço compulsório, era preciso convencer as pessoas de que trabalhar para os outros era bom.
Foi preciso, então, mudar a concepção de trabalho: de atividade vil, passou a ser visto como atividade que dignifica o ser humano.
A transformação dos artesãos e pequenos produtores em assalariados ocorreu por meio de dois processos de organização do trabalho: a cooperação simples e a manufatura.
Cooperação simples o artesão desenvolvia todo o processo produtivo, mas trabalhava para quem financiava a matéria-prima e os instrumentos de trabalho, e definia o local e a jornada de trabalho.
Manufatura o trabalho