OBRAS LITER RIAS DE GALILEU

Sendo reconhecido como o maior sábio italiano da sua época, Galileu foge à regra habitual escrevendo todos os seus livros em italiano vulgar e não em latim. A sua pretensão é a dirigir-se, não só aos homens da ciência, mas a todos os homens interessados em acompanhar a evolução do saber. Galileu sabe que tem pera lhes anunciar uma modificação total do sistema do mundo. Ele tem consciência de proclamar o fim do longo reinado de Aristóteles como detentor da verdade absoluta na explicação de todos os fenómenos e de promover o surgimento de uma nova ciência apoiada em experiências e factos e não em textos e teorias fundadas na autoridade.
Sidereus Nuncius
(Mensageiro das Estrelas)

Publicado em Março de 1610, num livreto de apenas 24 páginas, escrito em latim. Nesse livro Galileu comunicou ao mundo a maior parte das suas descobertas astronómicas (observações iniciais da Lua, das estrelas e das luas de Júpiter) e é seguramente uma das mais importantes obras em toda a história. Poucas vezes um relatório científico causou tanto impacto nos seus contemporâneos. Kepler, talvez o maior astrónomo de todos os tempos, chorou de emoção ao lê-lo, tendo escrito, em apenas 11 dias, um entusiasmado panfleto em defesa de Galileu. O pronto acolhimento de Kepler prenunciou o apoio que a obra iria conquistar nos meios cultos da Europa. Galileu dedicou o livro a Cosimo II, grão-duque da Toscana e chefe da poderosa família Medici, batizando as luas de Júpiter com o nome de "astros mediceus".
O aparecimento do “Sidereus Nuncius” provocou um impacto imediato. Em poucos dias, primeiro Veneza, depois toda a Itália, e finalmente os mais diversos pontos da Europa, receberam com espanto, excitação ou incredulidade, as sensacionais notícias.
Essa publicação é considerada a origem da moderna astronomia e provocou o colapso da teoria geocêntrica (em que a terra era o centro do universo).