NÓS PRECISAMOS CRIAR UM BRASIL - E NÃO ENSINÁ-LO

Universidade Federal do Rio de Janeiro
Filosofia da Educação no Mundo Ocidental

NÓS PRECISAMOS CRIAR UM BRASIL - E NÃO ENSINÁ-LO.
Décio Pignatari - poeta, professor, ator, publicitário, tradutor brasileiro e ensaísta - deu uma aula inaugural na Faculdade de Filosofia de Marília/SP, em 1968, no qual ele abordou um tema bastante interessante em nosso meio acadêmico, a crise na universidade. O cenário em que Décio Pignatari se encontrava era o século XVIII, num momento em que a constituição do indivíduo estava sendo feita em paralelo a constituição do estado e a estrutura do ensino escolar estava vinculada a formação do estado. O tema central de sua aula foi diagnosticar como o modelo de saber do século XVIII não mudou apesar do mundo afora ter mudado. Décio nos explica sobre a crise nas universidades brasileiras reunido a concepção de informação e a concepção de formação para criar um diagnóstico e poder desenvolver a sua crítica em relação a esse diagnóstico e conseguir, no final, emitir ideias propositivas e determinadas propostas que não são necessariamente diagnósticas e nem mesmo críticas. A palavra informação, em contexto geral, está mais atrelada as dinâmicas de produção da informação jornalística do que da informação acadêmica, que é conectada a palavra saber ou conhecimento. O termo informação em relação a universidade não é muito utilizado, mas o Décio está vivendo em um momento político social, um momento do pensamento teórico que está preocupado em avaliar o impacto da velocidade da produção da informação da comunicação sobre a constituição do saber. É nesse momento que surge o que chamamos de teoria da comunicação e da informação. O diagnóstico obtivo por Décio Pignatari em sua aula inaugural foi que ensino e pesquisa estão separados nas universidades, em que ele substitui o ensino pela instrução e formação, e a pesquisa pela experimentação, informação e criação. A partir desse diagnóstico, o tema do texto se volta diretamente para