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CAPÍTULO III
“Este é, peixes, em comum o natural que em todos vós louvo” (l.1)
1.1. Referente: O conjunto de qualidades enunciadas.

2. Segundo o orador, discorrer sobre as qualidades de todos seria “infinita matéria”, por isso se referia apenas a alguns.

2.1. “O peixe de Tobias” que tem o poder de curar a cegueira e expulsar o mal.

3. Neste capítulo III, dedicado aos louvores particulares de alguns peixes e a propósito do 1º exemplo, o peixe de Tobias cujas entranhas curam a cegueira, o orador regressa ao exemplo de Santo António que, segundo ele, tinha também qualidades curativas para a cegueira do pecado. Mas os pecadores não o entendem e atacam-no.

3.1. Do mesmo modo, Vieira prega aos moradores do Maranhão, e incentiva-os a verem as suas entranhas (porque elas curam a cegueira do pecado).

4. No último parágrafo do capítulo III, o orador apela aos peixes no sentido de crescerem e se multiplicarem, porque são o sustento dos pobres. Como em muitos outros momentos do sermão, Vieira coloca-se inequivocamente ao lado dos pobres.

5. São muitos os recursos estilísticos que Vieira utiliza na sua elaboradíssima prosa barroca. Alguns exemplos:
●comparação – (l.24) – “se a este peixe o vestiram de burel e o ataram com uma corda, parecia um retrato marítimo de Santo António”.
●metáfora – (l.35) – “o peixe abriu a boca contra quem se lavava, e Santo António abriu a sua contra os que se não queriam lavar”.
●antítese – (l.49) – “ou para o de cima, olhando direitamente só para o Céu, ou para o de baixo, olhando direitamente só para o inferno”.
●interrogação retórica – (l.23) – “Um peixe de tão bom coração e de tão proveitoso fel, quem o não louvará muito?!”