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CARDOSO, Luiz Muricy. Nações dilaceradas. Leituras de História. Ano VI, ed. 79, 2015. Disponível em:
<http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESLH/Edicoes/79/artigo337965-1.asp>. Acesso em: 29 mar. 2015.
COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA NEGRA
NAÇÕES DILACERADAS

A África negra, diferentemente do norte da África, caracterizou-se por ser objeto de práticas extremamente predatórias unilaterais em favor dos colonizadores. A inferioridade tecnológica dos povos do sul do continente - predominantemente incivilizados - determinou a conquista implacável daquelas terras
Por Luiz Muricy Cardoso

A colonização da África pelos europeus foi marcada pela presunção de supremacia intelectual dos conquistadores, como aliás é regra quando se trata de aculturação de um povo mais fraco por outro. A cobiça, o interesse comercial e egoísta marcaram o relacionamento entre as nações europeias (França, Inglaterra, Portugal, Espanha,
Itália, Bélgica, Alemanha) e os povos de pele escura. Sem promover o necessário desenvolvimento cultural, político e econômico das nações subjugadas, os países europeus, a partir do século 14, começaram a colonizar os africanos. Os racistas, orgulhosos, convencidos de sua superioridade caucasiana, começaram a explorar as riquezas naturais do continente africano voltando as costas para as necessidades dos povos negros, desprezando o ideal cristão propalado pela fé católica, predominante na
Europa - de fraternidade e assistencialismo. É conhecido o bordão: "A Bíblia numa mão e a espada na outra".
Seria, evidentemente simplório imaginar um contato do povo europeu com guerreiros africanos tantas vezes belicosos - muitos até canibais - sem a correspondente precaução defensiva do gládio. Mas seria também ingenuidade se pensar que povos tão atrasados historicamente, quanto eram naquela época as nações africanas ao sul do Saara, precisassem ser subjugados com tanta violência, rigor e derramamento de sangue quanto a História registra.
As guerras de independência dos Estados