Mídia e seu efeito na pulverização do conhecimento
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Curso de Nutrição
MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA
O Globo Repórter, que foi ao ar na Rede Globo no dia 20 de abril de 2012, teve como tema “O coração”, em referência ao desenvolvimento de doenças arteriais coronarianas, frisando, principalmente, a prevenção dos infartos, onde o sedentarismo, alimentação inadequada e stress são citados pelo programa como principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
De forma apelativa, abordando um tema pertinente e de grande interesse da maior parte da população, o programa refere-se à dona de casa que “cuida do marido, dos filhos e não se lembra da própria saúde” e destaca uma não recomendação de gravidez numa portadora de doença coronária por caracterizar uma “gravidez de risco”. Pode-se notar como o programa investe na criação de vínculos com os telespectadores, mesmo que de forma sucinta e apelativa, para que haja uma aproximação entre os mesmos.
Deve-se, portanto, ter cautela e critérios para analisa-lo, uma vez que boa parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos emocionalmente chantagistas. E a utilização do registro emocional permite implantar ideias, desejos, temores, compulsões ou até induzir comportamentos no público telespectador.
Um exemplo disso consiste na forma como o programa aborda as estratégias de prevenção para o desenvolvimento da doença, dando o exemplo do Seu Valdir, que não era obeso, praticava exercício físico e, ainda assim, sofreu um infarto, este atrelado pelo programa unicamente a alimentação gordurosa, sem maiores explicações.
Apesar de se tratar de uma alerta para a população, a falta de cautela com que essas informações são veiculadas pela mídia incentiva a grande ideia lipofóbica que prevalece na sociedade atual, onde as calorias e as gorduras se tornaram os grandes inimigos alimentares da população, gerando sua total abolição da dieta, o que repercute implicações