Metrificação
É a técnica para se medir um verso. Em Português, ela se apoia na tonicidade das palavras – é a escansão; contagem dos sons dos versos. É importante observar que as sílabas métricas diferem das sílabas gramaticais, observando-se as seguintes regras.
1. Contagem das sílabas métricas a) só contaremos até a última sílaba tônica de um verso. 1 2 3 Tal/ a / chu/ va 1 2 3 Trans/ pa/ re/ ce 1 2 3 Quan/ do/ des/ ce (va/ce/ce – são as sílabas átonas e não entram na contagem poética.)
b) Quando em um verso uma palavra terminar por vogal átona e a palavra seguinte começar por vogal ou H (que não tem som, portanto não é fonema, mas uma simples letra), dar-se-á uma elisão. A/ mo/- te, ó/ cruz/ no/ vér/ti/ce/ fir/ma/da De es/ plên/di/das/ i/gre/jas.
c) Sinérese: é a fusão de dois sons num só dentro da mesma palavra. Lan/ça a/ poe/si/a a/flux!
d) Diérese: o contrário da sinérese. Separa em sílabas distintas dois sons vocálicos dentro de uma mesma palavra. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Deus/fa/la/, quan/do a/ tur/ba es/tá/ qui/ e /ta No exemplo a seguir, observe como a palavra saudade ora é trissílaba ora é polissílaba, obedecendo às necessidades métricas do poema. Saudade! gosto amargo de infelizes Delicioso pungir de acerbo espinho, Que me estás repassando o íntimo peito Com dor que os seios dalma dilacera. – Mas dor que tem prazeres – Saudade! Misterioso númen que aviventas Corações que estalaram, e gotejam Não já sangue de vida, mas delgado Soro de estanques lágrimas – Saudade! Mavioso nome que tão meigo soas Nos lusitanos lábios, não sabido Das orgulhosas bocas dos Sicambros Destas alheias terras – Oh Saudade! ( Almeida Garrett – Camões)
e) Hiato: é o contrário da elisão. Separa-se de dois sons interverbais (a sinérese e a