metodologia do trabalho c
RESUMO
O presente artigo pretende discutir de forma introdutória a noção de liberdade e responsabilidade do indivíduo na obra de Jean Paul Sartre e como a mesma está intimamente ligada a sua construção ontológica do ser e do existencialismo sartreano.
Palavras-Chave: Ser. Sartre. Existencialismo. Liberdade.
É inegável a força argumentativa e a influência cultural da obra de Jean Paul Sartre para a filosofia (como também para a sociedade ocidental) do século 20 (e da contemporaneidade em geral). As noções de liberdade e responsabilidade devastam as tradições ocidentais até então vigentes a respeito do que é o ser humano. A afirmação radical do existencialismo, reafirmada por Sartre, que a existência precede a essência, com o acréscimo da afirmação da inexistência de Deus, coloca, enfim, o ser humano abandonado à própria sorte de suas escolhas e das consequências das mesmas, responsável por toda humanidade e sem poder fugir de sua condição inevitável de liberdade, a não ser pela chamada má fé; ou seja, mentir para si mesmo.
O argumento central tratado aqui será o de que, a partir dos conceitos sobre a existência do ser humano formulados por Sartre, a noção do abandono está presente no Ser, e como o reconhecimento da liberdade ao longo da obra revela esse ser abandonado e sua conexão com a responsabilidade dos indivíduos por si mesmos e pelos outros também.
Para primeiro entendermos a situação do abandono do Ser a própria sorte, devemos notar como é colocada a questão da existência por Sartre, atentando para como a construção conceitual de cada elemento da filosofia sartreana termina por expor a contingência e a abertura do ser humano nesse seu abandono. A questão da existência é a abertura dada por Sartre logo no início de sua obra O Existencialismo é um Humanismo:
Consideremos um objeto fabricado, como, por exemplo, um livro ou um corta papel; esse objeto foi