Metalurgia

Biodessulfurização de Carvão Mineral
Mariana Silva de Paula Bolsista de Iniciação Científica, Biologia, UNIGRANRIO Orientadores: Luis Gonzaga Santos Sobral Engenheiro Químico, PhD Débora Monteiro de Oliveira Bióloga

Resumo
O presente trabalho visou avaliar a utilização de microrganismos acidofílicos mesofílicos na biodessulfurização de uma amostra de carvão mineral proveniente de uma indústria carbonífera localizada na região sul do Brasil. As condições empregadas foram: variação do inóculo microbiano (cultura pura de Acidithiobacillus ferrooxidans e cultura mista composta por Acidithiobacillus ferrooxidans e Acidithiobacillus thiooxidans) e variação da fração granulométrica do carvão mineral (< 150# e < 100#). O experimento foi conduzido por um período de 7 dias, sendo obtido, ao final, um percentual máximo de remoção de enxofre total de 73,3%, no ensaio onde foi utilizado amostra com granulometria inferior a 150# e a cultura mista como inóculo microbiano. 1. Introdução O carvão é química e fisicamente um mineral heterogêneo. Consiste, principalmente, de carbono com pequenas quantidades, em massa, de enxofre, nitrogênio e hidrogênio. Carvões provenientes das minas brasileiras possuem elevados teores de enxofre. Conseqüentemente, no processo de queima do carvão há a liberação de óxidos de enxofre (SOx) para a atmosfera, sendo 90% na forma de dióxido de enxofre (SO2) e 10 % na forma de trióxido de enxofre (SO3). Esses compostos químicos são reconhecidos como altamente poluentes e como indutores da formação da chuva ácida (Junior e Lacava, 2003). Como estratégia para a remoção do enxofre inorgânico, a utilização de processos que empregam a atividade de microrganismos se mostra bastante promissora (Alves, 1999), ampliando o campo da biotecnologia. A biodessulfurização utiliza-se da ação oxidativa de bactérias naturalmente presentes nos ambientes minerados, as quais obtêm energia para o seu crescimento a partir da dissolução e oxidação de sulfetos metálicos