mente e corpo na psicomotricidade
1 INTRODUÇÃO
A mente humana é, provavelmente, a parte mais íntima que possuímos, e a ela estão atreladas diretamente as nossas emoções, intenções, julgamentos, etc. Entretanto, a compreensão da relação desse complexo sistema, de forma sistemática e coerente, para com o resto do funcionamento corpóreo consiste no – amplamente discutido - problema mente-corpo.
Nesse contexto, denomina-se como “problema” porque o cérebro em si é um sistema físico, mas os chamados fenômenos mentais, principalmente os que envolvem a consciência, apontam ser essencialmente subjetivos, inacessíveis à observação ou à mensuração e, portanto, passam ao largo de uma apreensão científica “palpável”.
Sabe-se que Descartes foi o precursor na investigação desse problema quando defendeu que o pensamento e corpo estavam em “localidades” completamente distintas, e se relacionavam “causalmente”, postulando que a glândula pineal era uma interface entre o fenômeno mental para com o material, criando, assim, um ponto de vista dualista.
Inúmeros pesquisadores se debruçaram sobre esse mesmo desafio encarado por Descartes, mas nenhum – até o momento – pode respondê-lo de maneira definitiva. No séc. XX, motivados por novas descobertas e outras explicações sobre muitos fenômenos naturais pelas ciências e por avanços científicos sobre o funcionamento do cérebro, alguns pensadores enveredaram-se por linhas de pesquisa que tentavam explicar essa relação e, pode-se afirmar que, assim surgiram diversas teorias que tentavam encontrar correlatos comportamentais ou neurofisiológicos para nossos estados mentais.
Esse trabalho possui o intuito de apresentar um debate filosófico contemporâneo envolvendo o problema mente-corpo, em uma perspectiva futura, tendo como base as descobertas de nossa época. Enfim, uma reflexão sobre um “vir a ser” sem, em momento algum, defender abordagens ou afirmações sobre este assunto que, com certeza, ainda requer muitas décadas de observações,