Meninges

MENINGOCOCCEMIA

Considere SUSPEITO DE MENINGOCOCCEMIA todo doente com febre súbita, com ou sem sinais de irritação meningéia, acompanhada ou não de exantema hemorrágico, quando a semiótica completa não definiu o diagnóstico.
Mas há diversas possibilidades diagnósticas: roséola, infecção urinária, gastro-enterite, pneumonia e muitas outras.
A noção de que o enfermo pode portar infecção grave, meningococcemia ou outra, é extremamente importante. Sempre admitir a hipótese. Sempre vigiar. Mas nunca causar pânico nos familiares.

CONDUTA PARA SUSPEITOS DE MENINGOCOCCEMIA

Admita a PROBABILIDADE DE MENINGOCOCCEMIA em todo enfermo que apresentar quadro clínico, onde sobressaem um ou mais dos seguintes elementos:
Doença grave, com toxemia, sem qualquer sinal de localização;
Paciente com doença febril e presença de hipoperfusão, hipotensão ou choque e hipoxemia;
Exantema hemorrágico em criança com quadro infeccioso;
Sinais meníngeos, com qualquer um destes dados acima.

Providencie a transferência para estrutura hospitalar mais complexa e com UTI, mesmo que a sintomatologia inicial pareça de pouca gravidade, pois a evolução é muito rápida. A transferência deve ser em ambulância com oxigenioterapia, auxiliar de enfermagem e médico.

Adote as seguintes providências no serviço, se possível antes da remoção: punção venosa (acesso o mais calibroso possível e mais de um ); oxigênio com cateter nasal 2 l/min; aquecimento; aferição TA ,de 30 em 30 minutos; avaliação da consciência, perfusão periférica e padrão respiratório; expansão da volemia se houver sinais de choque (soro fisiológico: 20ml/kg, em 1 hora); corticoterapia antes do antibiótico: meningite = dexametasona (0,15mg/kg/dose); sepsis = hidrocortisona (50mg/kg/dose); hemocultura e LCR; antibiótico - após 20 minutos do corticóide - penicilina cristalina (400.000U/kg/dia, IV, 4/4 h) e cloranfenicol (100mg/kg/dia, IV, de 6/6horas); comunicação ao pediatra da criança.