Menina de outro
Meninos Não Choram não apenas retrata a vida de uma garota, mas o universo proletário do interior dos Estados Unidos, onde jovens deslocados, pobres e sem perspectivas, integram um grupo social onde o alcoolismo e o crime são elementos corriqueiros.
Corpo: Representação da identidade
O corpo é construído e percebido no social e naturalizado pela linguagem. Representa a
“encarnação da identidade, sustentáculo dos ideais societários que incidem sobre os indivíduos e depositários das ansiedades individuais sobre a possibilidade de adequação ao mundo”
(MISKOLCI, p.01, 2005). Através de processos de cuidados físicos, exercícios, escolha da vestimenta, corte de cabelo entre outros, “inscrevemos nos corpos marcas de identidade e, conseqüentemente, de diferenciação”. (LOURO, 2001, p.15). Também é no corpo que se constituem as referências que asseguram nossa identidade. Através das marcas, das formas diz quem fomos e quem somos. Há uma infinidade de marcas que foram construídas durante os séculos, entretanto, as marcas que generificam os sujeitos (masculino /feminino) tornaram-se marcos centrais. O valor atribuído aos corpos passa a ocupar maior espaço. Um conjunto de valores e significados sociais tecem as redes de significações e as vias interpretativas do mundo social, conferindo ou não, legitimidade ao sujeito. Dessa forma, as distinções entre o feminino e o masculino, isto é, as diferenças biológicas entre os sexos, passam a ser a causa e justificativa das diferenças entre o que representa ser homem e ser mulher na sociedade para as formas como o poder se exercita.
Muitas vezes o corpo e/ou sua aparência não corresponde com o que se deseja. A insatisfação pode ser desde a mudança da tonalidade da cor dos cabelos até o desejo de mudança do sexo. Nessa situação, o sujeito