Memorial

Eu e a Escola - o começo de tudo!
O passado só se deixa fixar, como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido... (Benjamim Walter, 1994, p. 224).
Elaborar um memorial descritivo é reconstruir a própria existência. Essa não é uma tarefa fácil. Neste contexto, meu memorial passa a ser confessional, revelador de sonhos e cheio de emoções. Sendo assim, cabe nesse momento me apresentar: Meu nome é Leia Araújo de Andrade, brasileira, casada, professora nascida no Norte da Bahia em Rômulo Campos, município de Itiúba-Ba, no dia 02 de junho de 1972. Nascer no interior, significa ter a chance de crescer com mais liberdade, andar descalço, brincar no quintal dos vizinhos, subir nas árvores e saborear gostosas e diferentes frutas, tomar banho de chuva e descobrir o mundo.
Sabermos do passado não é só por meio de registros mentais próprios, mas também por confirmações dos que convivem conosco, de anotações e jornais diários, através de imagens e objetos. Não há como negar que houve um passado ao conviver com tudo isso. De fato, o passado só existe porque nos recordamos dele, através de registros ou da oralidade. A memória é fundamental para que conheçamos nossa história e nos identifiquemos como indivíduos e como sociedade. Ao escrever as páginas que seguem, precisei de muita concentração, apesar de as memórias evocadas serem classificadas como sendo de longa duração.
No contexto da minha infância, a frase que mais ouvia de meus pais em relação à educação era que “a maior riqueza que um pai pode dar para o filho é o estudo”. Sou a filha mais nova de uma família de sete filhos e todos nós estudamos em escola pública até o ensino médio.
Recordo-me como se fosse hoje, minha mãe com todo carinho vestindo-me com o uniforme escolar, arrumando meu cabelo e me entregando um caderno, um abc, um lápis e uma borracha. Minha primeira vez na escola meu primeiro dia de aula, em 1978. Uma ansiedade, uma alegria imensa tomava conta de mim... Nossa! Radiava