Materiais e Tratamento Térmico

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
2.1. Aço Inoxidável Austenítico.
O aço austenítico é um tipo de aço inoxidável cuja microestrutura predominantemente é austenítica a qual apresenta uma estrutura cristalina CFC. “A austenita, ou fase Ɣ do ferro, quando ligada somente como o carbono, não é estável abaixo de 727°C ou (1341 F)”. (CALLISTER, 2008, p.212). Por isso, para estabilizar a fase austenítica na temperatura ambiente é necessário basicamente acrescentar alguns elementos de liga, sendo o mais usado, o níquel.
“Os aços inoxidáveis austeníticos são os mais resistentes a corrosão, devido aos seus altos teores de cromo e também ás adições de níquel” (CALLITER, 2008, p 264). Assim são utilizados nas mais diversas áreas da indústria, desde a mecânica, petroquímica, alimentícia até farmacêutica e hospitalar.

Figura1: A fase austenítica não é estável a temperatura ambiente
2.2. TRABALHO A QUENTE.
Define-se de maneira geral o trabalho a quente, quando uma liga é deformada sob condições de temperatura e taxa de deformação que tornem ativos mecanismos de amaciamento, recuperação e recristalização, o que permite alto nível de deformação.
Quando os materiais são deformados há um aumento na densidade de discordâncias que se movem através de sistemas de escorregamento, permitindo que o material seja deformado. “O aumento de resistência no trabalho a quente deve-se à ocorrência do encruamento e outras formas de bloqueio de discordâncias”. (JUNIOR, 1997, p.4).
Já no processo de amaciamento, caracterizado pelos fenômenos de recuperação e recristalização, ocorre um rearranjo na microestrutura, aniquilando sensivelmente as discordâncias e seus efeitos. Durante a deformação a quente, mecanismo de endurecimento como o encruamento e mecanismos de amaciamento como recuperação e recristalização dinâmica podem operar concomitantemente na estrutura do material metálico. Esses mecanismos influenciam diretamente os níveis de ductilidade e de resistência