Martinho lutero, um destino

6664 palavras 27 páginas
Abordar aspectos psicológicos em História não é nenhuma novidade. Nós mesmos, no Brasil, temos um conhecido historiador, que é exemplo típico de um estudioso de personagens históricos. Vale a pena citar Pedro Calmon, para ilustrar a maneira pela qual caracterizava psicologicamente um personagem:

"Continuava imperturbável, na sua tolerância mansa, de quem se não se espantava da ingratidão ou do esquecimento, indispensável à imperfeição humana."1

O texto de Pedro Calmon e enfático na abordagem psicológica. Neste empreendimento, o indivíduo é visto em sí mesmo, não revelando o intrincado jogo social que banha o quotidiano do personagem. As explicações para um determinado comportamento não são formuladas a partir da sociedade, mas do homem em sí, através daquilo que ele possui de próprio. O ser, assim, é visto por intermédio do indivíduo e não através de uma complicada relação entre o particular e o social.

O tipo de descrição histórica exemplificado em Pedro Calmon é característico de historiadores do século XIX, preocupados com a questão da memória nacional e com a necessidade de resgatar e exaltar os homens que, pretensamente, possibilitaram a construção da identidade da nação. Ora, se não são os historiadores do século XIX o tema do artigo, no entanto é importante citá-los a fim de fazer um contraponto entre a abordagem do personagem histórico elaborada por Febvre e esta historiografia.

Nem mesmo pode-se afirmar que a descrição psicológica seja algo característico do século XIX. Segundo Georges Duby, a História, desde seus primórdios, sempre se preocupou com a descrição dos perfis psicológicos. Quando os acontecimentos deixaram de ser pensados pela ótica do mágico, muitos observadores passaram a explicá-los através do psicológico, tentando encontrar os motivos pelos quais um homem se sobressaía dos demais. A História, então se apresentava como um estudo dos comportamentos e das atitudes mentais, mesmo sendo feita de modo ingênuo2. Ao longo do tempo,

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