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A DISPERSÃO NO TRABALHO DOCENTE: uma leitura preliminar do fenômeno
Maria Francisca de Souza Carvalho Bites (UCG) Palavras – chave: Dispersão, dispersão no trabalho docente.
Introdução
Este trabalho tem por objetivo analisar, preliminarmente, a dispersão na atividade docente, na sala de aula. Buscaremos conceituar essa dispersão e contextualizá-la, levando em conta a complexidade da ação professor e os condicionantes internos e externos da instituição escolar.
Como referencial, utilizaremos as contribuições de Philipp PERRENOUD, publicadas no capítulo 3 , intitulado Ensinar a Vertigem da Dispersão: Fragmentos de uma Sociologia das Práticas Pedagógicas, do livro Práticas Pedagógicas, Profissão Docente e Formação – Perspectivas Sociológicas e as de Celestino Alves da SILVA JÚNIOR, contidas em seu livro A Escola Pública como local de Trabalho. Embora este autor não trate diretamente do tema dispersão, as análises apresentadas por ele sobre o trabalho na escola pública, são fundamentais para a abordagem desta temática. O artigo que deu origem à análise da dispersão, feita por PERRENOUD, foi produzido na Suíça pelo autor, ao realizar uma pesquisa-ação sobre o insucesso escolar e a diferenciação do ensino, que tinha por tema “como os professores utilizam seu tempo”. Nesse artigo, ele aborda a utilização do tempo dos professores, considerando as exigências da organização do trabalho pedagógico, a gestão das prioridades educativas entre as várias tarefas pedagógicas e as diversas solicitações dos alunos, pais e dos colegas desses profissionais. As contribuições de SILVA JR. resultaram da análise sobre o trabalho docente nas escolas do Estado de São Paulo, na década de 1980. Para ele
Uma escola, qualquer que seja, existe para ‘elevar’seus alunos, para ‘passá-los’de um momento de vida insuficiente, insatisfatório, incompleto para outros momentos que se desdobrarão em direção a um horizonte vislumbrado e em permanente construção. Uma escola pública também é isso, mas é