Maquiavel

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE HUMANIDADES – CAMPUS III
DEPARTAMENTO DE DIREITO
BACHARELADO EM DIREITO
TEORIA GERAL DO ESTADO
VINÍCIUS BARROS
LUGEMBERG SOUZA DA SILVA BARROS, Vinícius Soares de Campos. 10 Lições sobre Maquiavel. 4ª Ed.. Petrópolis: Editora Vozes. 2013. QUINTA LIÇÃO: ÍNTIMA RELAÇÃO ENTRE FORTUNA E VIRTÚ

Como renascentista, Nicolau Maquiavel volta-se para a antiguidade clássica (civilização greco-romana) para entender seu próprio tempo e ao fazer isso acaba por utilizar conceitos, ou melhor, “alegorias” daquela época que possuem um sentido universal para explicar a realidade do homem.
Nesse processo, marcadamente em “O príncipe”, faz uso de duas figuras antagônicas, que são a “fortuna” e a “virtú”, que, no contexto clássico, significam respectivamente o “ocaso, o indeterminado, a boa ou, má sorte” (BARROS, 2013, p. 52), “valor, capacidade, determinação, energia, engenhosidade e destreza” (BARROS, 2013, p. 55).
Com base nesses conceitos pode-se dizer que a fortuna estaria para além da ânsia incontrolável pelo poder (ideal cristão), pois configura-se nos acontecimentos políticos inesperados, que colocariam o governante sob o dilema de relegar-se a sorte ou decidir com base nos resultados esperados no futuro, ou seja, o grande problema era como o homem de virtú poderia domar a fortuna?
A partir do embate entre essas duas alegorias, Maquiavel depreende que para ser um príncipe bem sucedido é preciso controlar a fortuna, de forma a não colocá-la acima dos interesses do estado. E esse controle só seria possível através da virtú, esta que aproximaria o governante da decisão perspicaz diante do inusitado, tendo como princípio a salvaguarda do poder político.
No entanto, a virtude pregada por Nicolau estava longe dos ideais cristãos, estes que construiriam homens conformistas, passivos e alheios aos acontecimentos políticos. Além de abrirem caminho para que o poder fosse tomado por meio da violência.
Ao contrário disso,