Manifesto Antropófago Artigo
O inconformista Oswald de Andrade
Oswald de Andrade buscava, principalmente, formar uma identidade nacional, acreditava na importância da cultura brasileira. Esse seu posicionamento está claro em alguns de seus poemas e, principalmente, em seus manifestos – Manifesto da Poesia Pau-Brasil e Manifesto Antropófago.
Erro de Português
“Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuvaVestiu o índioQue pena! Fosse uma manhã de solO índio tinha despidoO português”.
Um primeiro contato com o poema de Oswald de Andrade e, logo, nota-se que se refere ao processo de colonização do Brasil, visto satiricamente pelo eu lírico como um “erro de português”. O que chama atenção neste é o ato de "vestir" e de "despir". O ato de "vestir" e de "despir" nessa situação de encontro de civilizações sugere a relação de poder entre povo dominante e povo dominado. Vestindo o povo, os indígenas, o colonizador tinha a intenção de impor sua cultura e sua linguagem. Além disso, apresenta um ”erro português”, no sentido de corromper a normas da gramatica tradicional. O “tinha” serve para criticar a gramática, já que Oswald defendia o uso da língua dos nativos.
No “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” ele pretendia produzir uma literatura autenticamente brasileira. Daí o nome: pau-brasil – um típico produto brasileiro. O manifesto propunha a valorização dos estados primitivos da nossa cultura. Queria a rejeição da escola colonizadora e a redescoberta do Brasil da floresta, o pré-colonial.
O “Manifesto Antropófago” foi o mais radical da primeira fase modernista. Tinha como proposta “devorar” a cultura e os valores europeus para deles emergir uma arte própria. O nome do manifesto recuperava uma crença indígena: os índios antropófagos comiam o inimigo, supondo que assim estavam assimilando suas qualidades.
Querendo sempre incomodar os acomodados, Oswald de Andrade foi um inconformista. Nesse sentido, sua vida e sua obra são um