Manejo

Manejo e recuperação da biodiversidade

O controle da biodiversidade é um desafio imenso para a humanidade, por dois motivos opostos. O primeiro, como já vimos aqui, é que a biodiversidade é assustadora, com algumas dezenas de milhões de espécies, cada uma delas com variantes de milhares a milhões de genes, constituindo um mosaico de comunidades distribuídas das profundezas do oceano ao topo das montanhas. Por outro lado, e igualmente assustadora, é a velocidade com que o impacto humano vem afetando esta diversidade. Cerca de 40% da produtividade primária do mundo é direcionada para fins da sociedade humana, que ainda produz uma série de compostos e atividades que agridem a natureza de diversas maneiras. Confrontados com este desafio, as pessoas têm procurado basear as ações de manejo da biodiversidade em prioridades de conservação. O taxon de espécie tem sido considerado um ponto de partida para estas ações conservacionistas. Espécies que têm potencial econômico, que têm uma distribuição restrita ou espécies ameaçadas de extinção têm sido consideradas prioritárias. Os habitats em que estas espécies vivem, por extensão, também são considerados prioritários. Evidentemente, a utilização desta abordagem baseada em espécies não é uma proposição prática para a conservação da diversidade biológica da Terra. Uma abordagem diferente foi feita por Myers (1988, 1990), que propôs a identificação de áreas que têm ao mesmo tempo uma grande riqueza em espécies e uma grande pressão humana (os chamados "hot spots"). Esta abordagem ainda precisa de uma outra abordagem, que confronte esta visão biológica com as realidades sociais e econômicas dos diversos locais onde a biodiversidade precisa ser conservada.

Pessoas e recursos Existem poucas respostas de como o desafio do manejo da biodiversidade pode ser resolvido na prática. Um fator chave de qualquer abordagem tem que considerar as pessoas, e como elas se relacionam com os recursos biológicos. Um ponto de partida pode