madame bovary

394 palavras 2 páginas
A escola realista tem como uma de suas premissas a neutralidade do narrador, com a finalidade de apresentar ao leitor uma recriação da realidade. Seus textos representam uma demonstração da mimesis, encontrando-se neles o conceito de verossimilhança, com o objetivo de tornar a narrativa a mais "real" possível, como se a história contada fosse uma fotografia do momento em que os fatos ocorrem. O narrador realista costuma ser onisciente e reportar os fatos em terceira pessoa, pois, dessa maneira, pressupunha que lhe fosse possível se abster de qualquer posicionamento pessoal. Sabemos, porém, por intermédio de alguns estudos sobre o discurso, que existe uma distinção, amplamente aceita, entre enunciado(o que é contado)e enunciação - como se conta, ou seja, a versão. A partir desse conhecimento, vemos que ser imparcial não é tão simples como era esperado pelos realistas, já que a cada versão contada podemos descobrir pistas da enunciação construída pelo narrador.É possível encontrar inúmeras passagens em romances com fortes marcas realistas, como em Madame Bovary, nas quais os narradores mostram a sua visão sobre o narrado: vê-se um narrador interveniente num texto supostamente imparcial conforme o desejo proclamado pelos escritores da época.Exemplificaremos a presença dessa intervenção através do uso de alguns elementos, entre eles adjetivações e alusões na construção dos personagens, inclusive em relação à sua condição sócio-econômica e a descrições físicas e psicológicas, com a utilização de metáforas entre outros recursos. Trabalharemos também com algumas teorias linguísticas que mostram, inclusive, a presença da construção de um texto argumentativo _ característica dos romances em pauta _ que aponta também a interveniência do narrador. Para tanto, os artifícios aqui mencionados utilizados pelo autor nesta prática, quer isoladamente quer em conjunto, vão depender da aderência com que se encontrarem nos fragmentos selecionados para este trabalho. A obra Madame

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