Madame Bovary

Um Panorama do Papel Feminino na Sociedade

Madame Bovary é o primeiro romance protagonizado por uma personagem feminina. Obra de Gustave Flaubert, publicada em 1857, conta a história de Emma Bovary: mulher que sonha com uma vida extraordinária, mas se decepciona ao casar-se com Charles Bovary e encarar uma realidade, segundo ela, medíocre. Como única escapatória de uma vida monótona, Bovary alimenta sonhos desesperadamente irreais e dá espaço ao consumismo e a relacionamentos extraconjugais.

A obra de Flaubert gerou um grande escândalo na França quando publicada, pois trazia, pela primeira vez, a mulher como heroína. O ser feminino passou a ser dotado de consciência e vontades, não mais era apenas uma dona de casa que se contentava com seus afazeres domésticos. O romance começa a tratar com seriedade o cotidiano à medida que os heróis, cada vez com mais afinco, tentam fugir da rotina que a sociedade impõe, sonhando em realizar feitos extraordinários. Além disso, esse gênero literário concede o direito da tragédia ao pobre, bem como sua ascensão às camadas mais elevadas.

Visto a importância da obra e as relações que se pode fazer a partir dela, o principal objetivo desta pesquisa é, primeiramente, entender e mostrar como se constituía o papel feminino na sociedade do século XIX, como as mulheres lidavam com seus anseios e aflições, quais eram suas limitações, seus desejos, isto é, como eram suas vidas. Ao entender os sentimentos e atitudes femininas daquela sociedade, pretendemos estabelecer relações com o panorama feminino atual, procurando compreender que aspectos são diferentes e quais não o são. Será que a sociedade realmente mudou ou o papel feminino ainda é, de certa forma, semelhante?

Pretendemos, também, realizar uma análise de obras - com o mesmo tema - contemporâneas à Madame Bovary, juntamente com a opinião de críticos e leitores, tanto da época quanto atuais. Ademais, relacionaremos os posicionamentos das mulheres francesas do século XIX