Lusiadas-O Velho do Restelo

Os Lusíadas - Canto IV O Velho do Restelo

Os navios portugueses estão prestes a largar; esposas, filhos, mães, pais e amigos dos marinheiros apinham-se na praia (do Restelo) para dar seu adeus, envolto em muitas lágrimas e lamentos, àqueles que partiam para perigos inimagináveis e talvez para não mais voltar. No meio desse ambiente emocionado, destaca-se a figura imponente de um velho que, com sua "voz pesada", ouvida até nos navios, faz um discurso veemente, condenando aquela aventura insana, impelida, segundo ele, pela cobiça o desejo de riquezas, poder, fama. Diz o velho que, para ir enfrentar desnecessariamente perigos desconhecidos, os portugueses abandonavam os perigos urgentes de seu país, ainda ameaçado pelos mouros e no qual já se instalava a desorganização social que decorreu das grandes navegações.
O Velho faz uma sugestão para um dos objetivos das grandes navegações com destino as Índias(a busca por mais fiéis católicos), que seria a viagem ter outro destino como seu rumo, o norte da África já que era um local mais próximo, assim evitando maiores desastres. Fora isso, Portugal ainda possuía inimigos próximos, os Mouros que se localizavam próximos à Espanha, assim evitando que a viagem fosse muito longa e deixasse o país enfraquecendo numericamente caso houvesse algum conflito.
Em uma passagem de seu discurso, o Velho acaba relacionando o desejo dos portugueses por mais fama, glória e riquezas com a ambição de Prometeu e Ícaro, que ultrapassaram os seus limites, tentando respectivamente conquistar o fogo e o céu, e foram castigados por isso.
Como conclusão, o Velho diz que o descontentamento das pessoas podem gerar a desgraça, por conta da ambição por mudanças e melhoras.
O Velho do Restelo possuiu tamanha influência que atualmente em Portugal, acabou se tornando uma expressão para pessoas pessimistas e conservadoras.