Livro: semana arte moderna

Curiosamente a apresentação da Semana da Arte Moderna no Teatro Municipal ficou aquém do que ela efetivamente representou no cenário artístico, uma, por não ser muito clara a essência da proposta no seu sentido prático, outra, porque que coube a Graça Aranha e Menotti Del Picchia serem os principais porta-vozes para o público, enquanto não o eram para o movimento. Faltava-lhes efetivamente legitimidade, uma vez que não eram capazes de se libertarem efetivamente das concepções do século XlX nas quais foram criados.
As artes plásticas, em especial a pintura foram as principais responsáveis pelo impulso de renovação, e levaram consigo a poesia e depois a prosa.
Considerando a pintura modernista, observa-se que se empenhava em combater a arte acadêmica que caracterizava o realismo, mas não era ainda suficientemente livre para dispensar a forma exterior e lançar-se à abstração pura, que seria incorporado ao movimento mais tarde.
Seguindo o curso do tempo após os anos de efervescência da arte moderna, cada personagem de destaque adquiriu outras tendências que se incorporaram à sua arte. Assim, Anita Malfatti encontrou no impressionismo sua forma de expressão, Di Cavalcante foi influenciado pelo Cubismo e com o Expressionismo alemão, do qual incorpora a técnica de aproveitamento do espaço e da deformação da pintura. Di Cavalcante, assim como Vicente do Rego Monteiro mostram em seus trabalhos a introdução dos temas populares e folclóricos do Brasil. Esta tendência prevaleceu em todas as formas de arte após a semana, e pode-se dizer que Villa-Lobos (que não participou da semana) foi um dos primeiros músicos a realizar com sucesso tal experiência. Vários artistas (pintores, escultores, arquitetos) que expuseram no Teatro Municipal, ou que de outra forma participaram do movimento modernista, acabaram se reposicionando no cenário artístico ou profissional, ao tempo que outros tantos a ele se incorporaram após a semana.
Até o movimento modernista, pode-se dizer que