Linguagem e margin
O mito do aprendizado natural da L2 entre migrantes goianos nos Estados Unidos
Área de Concentração – Estudos lingüísticos
Linha de pesquisa – Linguagem, sociedade e cultura
Justificativa/Fundamentação Teórica
Em Fevereiro de 2000 viajei para os Estados Unidos para um curso de aperfeiçoamento no idioma de seis meses. A princípio uma estada de alguns meses se transformou em anos de convivência com a comunidade de brasileiros que vivem na chamada Bay Area[1] (área da baía). Como professora de uma língua estrangeira eu sempre escutei entre profissionais e estudiosos da área que a imersão do aluno na cultura da língua que almeja aprender; faz com que esse aprendizado seja mais rápido e efetivo. Essa idéia sempre foi bastante difundida entre os profissionais que não tem conhecimento das teorias de aquisição de línguas e naquele momento eu me colocava nessa situação. Então, com essa premissa viajei para os Estados Unidos; mas tão logo cheguei e comecei a perceber as relações do migrante com a cultura, vi que em algum ponto dessa relação entre cultura e linguagem a ligação se quebrava.
Em minha rotina nos Estados Unidos passei a observar que o número de pessoas que não falava a língua era muito maior que eu imaginava. Quando estava no parque com outras babás percebi que havia um grande número de brasileiras que não falava inglês. E ao contrário do que aprendi em nosso país nos treinamentos como professora de inglês, em anos convivendo com brasileiros que migraram para os Estados Unidos da América - pude perceber que a maioria dos brasileiros que vão sem dominar o idioma volta sem aprendê-lo. Para esse brasileiro que não aprende o idioma, não falar o inglês significa se socializar apenas dentro de comunidades brasileiras e viver à margem de qualquer direito adquirido pelo cidadão estadunidense em geral.
O migrante como “forasteiro” tem que aprender uma nova