Licenciatura

INTRODUÇÃO

O presente trabalho está situado na área da pragmática e tem por objetivo analisar o poder argumentativo do provérbio, mais precisamente o emprego dos provérbios nos enunciados da propaganda brasileira, se literalmente ou não, modificado ou adaptado. Para efetuar esse estudo foi necessário utilizar os conceitos dos seguintes teóricos, sobretudo Maingueneau (1993-2004), Marcuschi (2008), Koch (2004), Fiorin (2005) e outros. Para tal proposta, partiremos do ponto em que a língua é um fato social cuja existência se funda nas necessidades de comunicação e conhecer apenas o sistema da língua é insuficiente para compreender certos fatos linguísticos. Ao observar esses fatos, se fez necessário estudar o uso da linguagem, o que nos leva à Pragmática, com a observação da relação entre a estrutura da língua e seu uso, incluindo o ato de enunciar, ou seja, observar o tempo, o lugar e os participantes de um enunciado para compreender esses fatos. Devido à multiplicidade de uso da linguagem nas situações de comunicação, existem inúmeros e múltiplos gêneros do discurso, impossíveis de delimitar. Todos, elaborados pelo homem para convencer o outro e transmitir uma ideologia. Entre todos os argumentos utilizados para convencer, será analisado o uso do provérbio. O provérbio veicula uma verdade imutável e cristalizada na sociedade. Faz parte de uma sabedoria popular e apresenta pressupostos culturais de uma sociedade, de seus valores e de como proceder. Presente em diversos meios de comunicação é um argumento muito convincente na propaganda. É apresentado no discurso, na integra, sem qualquer modificação, ou alterado, para desqualificar o seu valor e significado original. São meios de aproveitar uma sabedoria popular, mesmo que desqualificando, busca atingir um fim. O poder argumentativo dos provérbios, sua expressividade, sua intertextualidade e o poder de veicular verdades é que faz dos provérbios expressões cristalizadas até hoje em nossa sociedade. Este