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A autonomação não deve ser confundida com a simples automação. A automação é unicamente a mecanização da operação enquanto a autonomação, ou automação com toque humano, confere também uma inteligência humana à máquina. Este “toque humano” significa que a máquina tem em si um dispositivo de parada automática que é acionado sempre que ocorre a fabricação de um produto com defeito. Assim, depois de ligada, a máquina funciona sozinha, isto é, sem necessidade de um operador estar controlando ou monitorando. A atenção humana é necessária apenas para a resolução de problemas quando a máquina pára (SHINGO, 1996a; OHNO, 1997).
A idéia da autonomação surgiu quando Sakichi Toyoda, fundador da Toyota Motor Co., inventou uma máquina de tecer auto-ativada, que parava automaticamente sempre que a quantidade programada de tecidos fosse alcançada ou quando os fios da malha se rompessem (OHNO, 1997; GHINATO, 1996).
A autonomação juntamente com uma diferenciação no arranjo físico do setor produtivo permitiu a multifuncionalidade, ou seja, um trabalhador responsável por mais de uma máquina simultaneamente (SHINGO, 1996a; OHNO, 1997). A multifuncionalidade traz duas vantagens: ela melhora o fluxo dos processos e eleva a produtividade do trabalhador. A produtividade pode ser aumentada em dois aspectos com a utilização da multifuncionalidade. O primeiro aspecto é que ela absorve diferenças nos tempos de processamento entre processos. O segundo aspecto é que ela elimina a estocagem temporária entre processos (SHINGO, 1996a). A autonomação também possibilitou ao Sistema Toyota de Produção atingir redução dos custos gerados pela perda por espera do trabalhador (GHINATO, 1996).
2.1.2.3 Mecanismo da Função Produção
Para Shingo (1996a; idem, 1996b), uma questão fundamental no estudo do Sistema Toyota de Produção é entender a produção como uma rede de processos e operações, ou seja, entender o Mecanismo da Função Produção. Este princípio mudou a visão de que o